
Não sei o que escrever. Na verdade, nem sei porque estou tentando postar alguma coisa, já que eu sei que não vai sair nada que preste. Não é que eu esteja sem idéias: as idéias eu tenho, simplesmente não estou muito boa pra escrever hoje (hoje???).
Tetando tornar tudo mais simples, vou simplesmente aos fatos:
Não aguento mais as brigas aqui de casa. As brigas do meu "pai", pra ser mais exata. Aliás, não sei se pai é uma palavra que ainda possa ser usada nesse caso. Vocês acreditam que essa semana chegou no cúmulo de, durante mais uma das brigas (que começam do nada, de uma hora pra outra sem que ele tenha motivos) ele pegou um sarrafo de madeira e disse que ía bater em mim??? Vê se eu posso com isso... Como se por acaso eu tivesse medo dele. Nunca levei um único tapa nessa vida, já disse e repito que não vai ser agora, com 21 anos na cara que vou apanhar, ainda mais de alguém como ele, que se diz tão fiel e temente a Deus, as que no fundo parece mais viver com o capeta no corpo e n sabe respeitar nada e nem ninguém. Levantei de onde eu estava sentada, parei na frente dele e mandei bater. Nisso minha mãe se enfiou na frente e não deixou. Isso é que me irrita. Queria que ele tivesse batido. Eu ía enfiar nele a primeira coisa que tivesse por perto, oúnico detalhe é que as coisas que estavm por perto eram: um rádio e duas tesouras. E se me perguntarem se eu teria coragem, e resposta é sim, porque exitem coisas na vida que eu não suporto, entre elas, falta de respeito (principalmente quando envolvem minha ), falta de caráter e covadia. Se um "homem" diz que vai fazer algo, faz logo. Odeio que me ameacem, se diz que vai bater, bate logo, mas eu não apanho quieta, porque como diz minha mãe, ela não fez filha pra ser mal tratada por qualquer um. E se me perguntarem se eu não tenho pena de falar assim do meu próprio pai, a resposta é não, porque quem tem pena é galinha e urubu. Porque diabos eu teria pena de quem chama a mim e minha irmã de putas e diz que foi minha mãe que deu o mal exemplo? Aliás, quando ele me chama de puta, eu sempre digo que não sou puta não, porque puta é quem dá por dinheiro, e eu dou só por esporte. A criatura teve a capacidade de dizer pra uma vizinha nossa (que aliás, é amiga da gente, então, é óbvio que minha mãe ficaria sabendo) que ele não vai sair do conforto que tem aqui em casa, que os encomodados que se mudem, e que é por isso que ele ainda dorme na cama enquanto minha mãe dorme no quarto comigo e minha irmã. Eu nem me surpreendo que ele seja assim, tendo em vista que ele é filho de dois trastes que nem sequer merecem ser chamados de seres humanos, duas pessoas que foram más a vida inteira e que hoje são dois velhos que vivem sozinhos. Há quem diga que eu sou cruel em falar assim deles, mas algumas pessoas parecem esquecer que os canalhas também envelhecem, e que nem por isso o seu passado é apagado (e eu tenho uma memória excelente).
Não acho que eu seja uma pessoa cruel por causa disso, sou apenas realista. E também não sou uma pessoa fria e sem sentimentos, muito pelo contrário, eu sou bem sentimental, até demais eu diria. Choro à toa, vivo tentando ajudar as outras pessoas, mas eu acho que ser uma pessoa boa não quer dizer que eu tenha que ser uma pessoa boazinha que tenta parecer a madre tereza e que acha que todo mundo é bom, porque eu sei que nem todo mundo é bom, que nem todo sorriso é verdadeiro. É aquela velha história: eu sou boa, mas não abusa porque não sou idiota. Tudo isso foi apenas pra dizer que eu não sei como minha mãe suporta viver assim, isso me revolta, me irrita, me tira do sério de um jeito que vocês não podem nem imaginar. Eu acho que a vida só é ruím se a gente permite que seja assim, eu acho que só depende de nós mesmos fazer as coisas serem melhores, e que se fosse meu marido, eu nunca suportaria tantos desaforos.
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Bem que eu avisei que hoje não sairia nada que prestasse... quem avisa, amigo é!
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Tem uma música que eu adoro, e nela um trecho que vem bem a calhar nesse momento:
"... nem sempre a fraqueza que se sente quer dizer que a gente não é forte..."
Isso também me faz lembrar de uma coisa que o Juliano me disse um dia:
"Eu não quero te ver chorando, quero te ver sempre sorrindo. Tu não é uma menina fraca que fica chorando pelos cantos. Eu te conheço, eu sei que tu é forte."
Ah o Juliano, sempre ele. Todas as vezes em que eu me sinto perdida e com vontade de chorar, eu lembro dessas coisas que um dia ele me disse, e é daí que eu tiro forças e volto a sorrir, mesmo quando tudo parece muito difícil.
É impressionante como na vida algumas pessoas nos ensinam as coisas e nos ajudam sem nem perceber...
Por falar em Juliano, eu continuo esperando por ele, porque ele ainda tem tudo de mim e mesmo que ele não esteja aqui nesse momento e eu não possa tocar nele, ele está dentro de mim, e isso eu não posso (e não quero) mudar, e ainda não dedisti dele e nem perdi as esperanças, porque como li uma vez, "esperança não é a última que morre, mas sim a primeira que nasce quando tudo parece perdido".
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E apesar de hoje não parecer, eu sou uma pessoa feliz, porque a felicidade vive dentro de nós, às vezes ela se esconde, mas ela está lá, basta que a gente a encontre todas as vezes em que ela teimar em se esconder.
P.s.: imagem retirada do site www.glimboo.com . Amei a imagem só por causa da borboleta presa no vidro, exatamente como eu me sinto hoje.